Realismo e o (novo) real na estética cinematográfica brasileira: o trauma e a sua relação com a memória

Abstract

Nosso objetivo no presente artigo é tratar do realismo no cinema, ou melhor de um novo tipo de realismo estético no cinema brasileiro. A ideia de um novo realismo será abordada pelas ideias do historiador de arte norte americano Hal Foster. Em seu texto O Retorno do Real (2014), ele parte de uma releitura das artes plásticas desde os anos 1960 para propor uma mudança na perspectiva do realismo nas artes. Este já não seria mais um efeito da representação, uma tentativa de representar uma realidade reconhecível e verossímil, mas um evento comparável ao trauma, como uma imagem da violência marcada pelo limite do que pode e do que não pode ser representado. Iremos desenvolver, no decorrer do artigo, a relação entre filme e espectador como uma relação de caráter traumático e pensar, a partir dos escritos de Walter Benjamin, como essa relação afeta a construção de nossa memória e a elaboração de nossa experiência na atualidade.